domingo, 23 de setembro de 2018

Que vida triste!

Estou completamente desolada. De 2016 pra cá, tenho tentado me estabilizar a duras penas. Fico tentando enviar mensagens positivas para minha mente o tempo todo para evitar cair, principalmente quando estou sentindo que posso cair. Ainda em 2015, iniciei uma medicação que me ajudou muito a passar por esses últimos anos: Lexapro e lamotrigina, em dosagens muito baixas. Fiz um teste genético, na USP, que mostrou com quais medicamentos psiquiátricos meu organismo se adapta. Com muita luta, fui tentando me estabilizar. Ás vezes caia e me levantava; caia e me levantava; caia e me levanta, num movimento ininterrupto. 

Em 2016, cheguei a ficar um bom tempo estável, mas no final me desestabilizei com a possível reforma da previdência que poderia me atingir em cheio. Quase morri de medo. Eu preciso da minha carta de alforria. Eu preciso desesperadamente dela. Não aguento mais trabalhar. Não aguento mais isso. Eu trabalho desde os 14 anos sem parar. 

Em 2017, caí doente. Descobri ser portadora de duas síndromes de compressão de veia no abdômen: síndrome de May-Thurner (compressão da veia ilíaca) e síndrome de Nutcracker (compressão de veia renal). Passei já por duas cirurgias: uma para colocar um stent na veia ilíaca, para abrir a veia comprimida, a ilíaca esquerda, que é central, e outra para embolizar as veias gonadais, pois tinha severa congestão pélvica, causada pela compressão da veia renal. Tenho um stent e um monte de modas no abdômen. Aguentei tudo isso firme e não entrei em crise de depressão e pânico severa. 

Porém, em maio deste ano, o lexapro e a lamotrigina causaram um grande aumento da minha prolactina, ocasionando severa dor no seio esquerdo. Até descobrir isso, foi muito difícil e precisei de muitas visitas a médicos. Passei por um sufoco e tanto e, como a causa foi medicamentosa, precisei tirar toda a medicação psiquiátrica. 

Estava indo tudo bem, até semana passada. Estou organizando um congresso na universidade, que era pra ser juntamente como uma colega, mas ela está tirando o corpo fora e me deixando sozinha. A responsabilidade é muito grande e como estou sem medicação, caí feio. Me mantive muito bem por 03 meses e achei que tinha ficada livre dos remédios. Porém, veio uma crise de pânico severa. Estou acordando todas as manhãs com crise severa de pânico. Assim que abro o olho, meu coração começa a disparar, entro em aflição intensa, começo a suar muito a ponto de molhar toda a cama, fica acuada, em posição fetal, e não consigo levantar. Ando acordando antes das 06:00 horas ou por volta desse horário, coisa que é prejudicial pra mim e não consigo mais dormir. Nesse ínterim, desenvolvo crise de pânico. A sensação é medonha e estou exausta disso. Estou exausta, Deus; estou exausta. E, no meio disso tudo, tenho que conviver com o trabalho. Sempre o trabalho, sempre escrava, nunca podendo cuidar de mim mesma. 

Pensei que nunca mais ia passar por isso. Pensei. É horrível, gente; é horrível. A crise de pânico ainda é pior do que a depressão. Estou arrasada e no chão novamente.